sábado, 3 de novembro de 2007

Conto Moderno

O que é um Conto Moderno ?

O conto moderno é a " mesma coisa " do conto clássico , mas com algumas mudanças como o jeito de falar e escrever.
O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho), ainda que contenha os mesmos componentes do romance. Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Podemos imaginar – precariamente, diga-se – várias fases do conto. Tais fases nada têm a ver com aquelas estudadas por Vladimir Propp no livro A morfologia do conto maravilhoso, no qual, para descrever o conto, Propp o desmonta e o classifica em unidades estruturais – constantes, variantes, sistemas, fontes, funções, assuntos etc. Além disso, ele fala de uma primeira fase (religiosa) e uma segunda fase (da história do conto). Aqui, quando falamos em fases, temos a intenção de apenas darmos um passeio pela linha evolutiva do gênero.
Logicamente a primeira fase é a oral, a qual não é possível precisar o seu início: o conto se origina num tempo em que nem sequer existia a escrita; as histórias eram narradas oralmente ao redor das fogueiras das habitações dos povos primitivos – geralmente à noite. Por isso o suspense, o fantástico, que o caracterizou originalmente.
A primeira fase escrita é provavelmente aquela em que os egípcios registraram O livro do mágico (cerca de 4000 a.C.). Daí vamos passando pela Bíblia – veja-se como a história de Caim e Abel (2000 a.C.) tem a precisa estrutura de um conto. O antigo e novo testamento trazem muitas outras histórias com a estrutura do conto, como os episódios de José e seus irmãos, de Sansão, de Ruth, de Suzana, de Judith, Salomé; as parábolas: o bom samaritano, o filho pródigo, a figueira estéril, a do semeador, entre outras.

Geoffrey Chaucer
No século VI a.C. temos a Ilíada e a Odisséia, de Homero e na literatura Hindu há o Pantchatantra (século II a.C?). De um modo geral, Luciano de Samosata (125-192), é considerado o primeiro grande nome da história do conto. Ele escreveu O cínico, O asno etc. Da mesmo época é Lucio Apuleyo (125-180), que escreveu O asno de ouro. Outro nome importante é o de Caio Petrônio (século I), autor de Satiricon, livro que continua sendo reeditado até hoje. As mil e uma noites aparecem na Pérsia no século X da era cristã.
A segunda fase escrita começa por volta do século XIV, quando registram-se as primeiras preocupações estéticas. Giovanni Boccaccio (1313-1375) aparece com seu Decameron, que se tornou um clássico e lançou as bases do conto tal como o conhecemos hoje, além de ter influenciado gente como Shakespeare, Molière, Hans Sachs, Lope de Vega, Geoffrey Chaucer, Charles Perrault, La Fontaine, entre outros. Miguel de Cervantes (1547-1616) escreve as Novelas exemplares. Francisco Gómez de Quevedo y Villegas (1580-1645) traz "Os sonhos", satirizando a sociedade da época. Os Contos de Canterbury, de Chaucer (1340?-1400) são publicados por volta de 1700. Perrault (1628-1703) publica O barba azul, O gato de botas, Cinderela, O soldadinho de chumbo etc. Jean de La Fontaine (1621-1695) é o contador de fábulas por excelência: A cigarra e a formiga, A tartaruga e a lebre, A raposa e as uvas etc.
No século XVIII o mestre foi Voltaire (1694-1778). Ele escreveu obras importantes como Zadig e Cândido.
Chegando ao século XIX o conto “decola” através da imprensa escrita, toma força e se moderniza. Washington Irving (1783-1859) é o primeiro contista norte-americano de importância. Os irmãos Grimm (Jacob, 1785-1863 e Wilhelm, 1786-1859) publicam Branca de Neve, Rapunzel, O Gato de Botas, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar, Chapeuzinho Vermelho etc. Os Grimm recontam contos que já haviam sido contados por Perrault, por exemplo. Eles foram tão importantes para o gênero que André Jolles diz que “o conto só adotou verdadeiramente o sentido de forma literária determinada, no momento em que os irmãos Grimm deram a uma coletânea de narrativas o título de Contos para crianças e famílias”, (“O conto” in Formas simples).
O século XIX foi pródigo em mestres: Nathaniel Hawthorne (1804-1864), Poe, Maupassant (1850-1893), Flaubert (1821-1880), Leo Tolstoy (1828-1910), Mary Shelley (1797–1851), Tchekhov, Machado de Assis (1839-1908), Conan Doyle (1859-1930), Balzac, Stendhal, Eça de Queirós, Aluízio Azevedo. Não podemos esquecer de nomes como: Hoffman (um dos pais do conto fantástico, que viria influenciar Poe, Machado de Assis, Álvaro de Azevedo e outros), Sade, Adalbert von Chamisso, Nerval, Gogol, Dickens, Turguenev, Stevenson, Kipling, entre outros e outros e outros.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Acentuação Gráfica

Monossílabos:

Monossilabos átonos: não são acentuadas.

Monossilados tônicos: são acentuadas em A, E e O

É claro que você se lembra da classificação das palavras quanto ao número de sílabas. As monossílabas têm apenas uma sílaba (dó, de, sou, vem), as dissílabas têm duas (car-ro, ven-to, sé-rie, fa-lou) e as polissílabas têm três ou mais (prá-ti-co, ma-nei-ra, ca-va-lo, pro-i-bi-do, ma-te-má-ti-ca, im-pos-si-bi-li-da-de). Veja então:
Devem ser acentuadas as palavras monossílabas tônicas (pronunciadas com mais força na frase) terminadas em:
-A(S) -E(S) -O(S)
Exemplos: lá – pás – dá – más vê – pés – mês – fé só – nós – pó – pró

Reparou que as terminações são praticamente as mesmas das oxítonas? Só faltou a terminação –em (ens)...
OBSERVAÇÃO: As monossílabas átonas (artigos, conjunções, preposições e pronomes oblíquos sem preposição) não recebem acento gráfico.